Passageiros de ônibus reclamam de liberação da faixa exclusiva na EPTG: “Aumentou o tempo”

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A saga do engarrafamento na Estrada Parque Taguatinga (EPTG) ganhou novos capítulos nesta sexta-feira (11/8). A liberação da faixa exclusiva de ônibus, vans escolares e táxis para o trânsito de todos veículos, a medida incomodou quem depende do transporte público na capital.

Passageiros ouvidos pela reportagem na rodoviária disseram que o tempo de viagem dos coletivos no horário de pico aumentou consideravelmente.

“Gastamos 2 horas do setor O até aqui [Rodoviária do Plano Piloto]. A liberação aumentou tempo do percurso. Antes, estourando, fazíamos em 1h30”, diz o autônomo Israel Cruz, 38 anos.

A reportagem percorreu a EPTG nesta manhã e pôde observar o trânsito travado nas primeiras horas do dia.

Veja:

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“Eu acho que eles deveriam encontrar um horário adequado para liberar. Depois das 9h, por exemplo, aí tudo bem, mas antes das 9h não tem lógica. No conforto do carro é diferente, você aguenta o engarrafamento, está sentado com ar condicionado. Agora quem está em pé, pagando para vir em pé e pendurado, é outra coisa”, crítica o vendedor Laércio Oliveira, 56.

Os passageiros acrescentaram que, fora do horário de pico, o trânsito na via flui normalmente. “Eu tenho carro, moro em Taguatinga, mas eu vim de ônibus só para ver como seria nesse primeiro dia. Veio fluindo normal”, explica o pastor missionário Adalto Feitoza, 59, que pegou um ônibus no fim da manhã.

Liberação da faixa

A Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) autorizou o Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF) a realizar a operação para desafogar o trânsito da importante rodovia distrital.

A EPTG é a principal via de ligação do Plano Piloto com a região que abrange as cidades de Taguatinga, Águas Claras e Ceilândia. Com 24 quilômetros de corredor exclusivo, é a única via de grande porte da região que não está com obras de adequação.

A operação do DER tem o objetivo de desafogar o trânsito que está congestionado devido às obras da Estrada Parque Ceilândia (DF-095), da Estrada Parque Contorno (DF-001), no trecho do Pistão Sul, da Estrada Parque Núcleo Bandeirante (DF-075) e da Avenida Hélio Prates.

Em maio último, o Metrópoles revelou que motoristas da capital federal gastavam até quatro horas por dia no trânsito no DF, principalmente devido a congestionamentos provocados por obras de infraestrutura nas principais vias de acesso ao Plano Piloto.

Apesar disso, com a continuidade das obras na região, os condutores continuam a enfrentar longas horas no trânsito para chegar à área central de Brasília. Na última segunda-feira (7/8), por exemplo, a Via Estrutural ganhou um novo ponto de bloqueio. Com a procura dos motoristas por um caminho alternativo, o fluxo na EPTG ficou mais intenso.

“Vamos abrir mais uma faixa na EPTG, com uso do corredor de ônibus, para contribuir com o trânsito naquela região, onde há um grande volume de obras. A operação tem caráter experimental e será monitorada pelo DER-DF, devendo permanecer até fazermos uma nova avaliação do tráfego local”, afirmou o presidente da autarquia, Fauzi Nacfur Junior.

O secretário de Transporte e Mobilidade, Flávio Murilo Prates, destacou a importância da medida e espera contar com a compreensão dos motoristas.

“O GDF [Governo do Distrito Federal] está executando obras importantes naquela região, e o momento é de compreensão de todos. O corredor da EPTG é exclusivo para o transporte coletivo, mas vamos permitir que os veículos comuns ocupem essa pista, pedindo aos motoristas de carros que procurem dar preferência aos ônibus, nos momentos de saída dos recuos das paradas”, enfatizou o secretário.

Entidade repudia liberação

A Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU) divulgou nota nesta sexta em que “condena” a medida. “A decisão vai na contramão das recomendações técnicas e melhores práticas de mobilidade urbana e sustentabilidade ambiental adotadas em todo o mundo, e terá efeito contrário na redução dos congestionamentos, pretendida pelo governo local.”

Segundo o órgão, “é consenso, entre os especialistas, que a solução para melhorar o fluxo do trânsito nas cidades é aumentar, e não diminuir, a prioridade dada ao transporte público coletivo, que responde por 28% de todos os deslocamentos de pessoas, sendo que os ônibus urbanos contribuem com 85,7% desse total”.

“Ao cumprir seu papel de transportar a maioria da população, os ônibus ocupam, em média, 8% do espaço nas ruas e avenidas das grandes cidades, sendo muito mais eficientes e produtivos que os carros particulares, que são responsáveis por 26% de todos os deslocamentos, mas ocupam, em média, 80% do espaço viário, e são os grandes causadores dos congestionamentos.”

A NTU conclui o comunicado com um “apelo à Secretaria de Transporte e Mobilidade (Semob) do Distrito Federal para que reveja a decisão de liberar o acesso à faixa exclusiva”, e pede que a pasta “adote a ampliação da política de priorização nas vias, para garantir deslocamentos mais rápidos e eficientes para a população do Distrito Federal, seguindo as melhores práticas de mobilidade urbana adotadas mundialmente”.

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