Nutrólogo conta como o estresse influencia no diagnóstico de diabetes





Durante muito tempo, a diabetes tipo 2 foi associada a pessoas mais velhas e ao acúmulo de hábitos não saudáveis ao longo da vida. Entretanto, esse cenário deixou de ser regra. Cada vez mais adultos com idades entre 30 e 45 anos recebem o diagnóstico, muitas vezes sem histórico clássico da doença ou fatores de risco como obesidade.


O que chama a atenção é que, nesses casos, o problema costuma surgir de forma silenciosa e avançar com mais rapidez. Estresse contínuo, noites mal dormidas, alimentação desequilibrada e períodos longos em frente às telas criam um contexto que favorece alterações hormonais e metabólicas, o que pode antecipar o aparecimento da diabetes.


“Mesmo sem obesidade, dormir pouco, passar muitas horas em frente às telas e ter uma alimentação desregulada já coloca adultos na casa dos 30 anos em situação de risco. O perfil da diabetes mudou, e agir mais cedo pode garantir mais anos de saúde”, ressalta o nutrólogo Ronan Araújo, membro da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica (Abeso).


Estresse crônico muda o funcionamento do organismo


Viver estressado com frequência faz o corpo funcionar como se estivesse sempre em situação de emergência. Nesses momentos, a produção de cortisol — hormônio liberado quando é preciso reagir rápido a algum problema — aumenta, fazendo com que o corpo tenha mais dificuldade para usar a insulina, responsável por controlar o nível de açúcar no sangue.


Esse processo pode ser o resultado de uma rotina com muitas cobranças no trabalho, falta de descanso, excesso de tarefas e pouco tempo para se recuperar física e mentalmente. Com o passar do tempo, o organismo deixa de equilibrar bem a glicose, o que abre caminho para o desenvolvimento da diabetes tipo 2.


Sono insuficiente dificulta controle do açúcar no sangue


Dormir menos do que o necessário ou acordar várias vezes durante a noite também atrapalha o funcionamento do organismo. A falta de descanso desregula hormônios que controlam a fome, a saciedade e o nível de açúcar no sangue. O uso de celular, computador e televisão à noite piora ainda mais esse cenário, já que a luz das telas confunde o relógio biológico e impede um descanso de qualidade.


Sem uma rotina de sono adequada, o corpo gasta energia de forma menos eficiente e o controle da glicose fica prejudicado, mesmo em pessoas jovens e aparentemente saudáveis. Como os primeiros sinais costumam ser leves, muitas só descobrem a alteração com exames.




Principais sintomas da diabetes



  • Sede excessiva.

  • Fome constante, mas sem ganho de peso.

  • Urina em excesso.

  • Aparecimento de bolinhas no braço.

  • Manchas escuras (especialmente no pescoço, virilha e axilas) e ou pequenas verrugas no corpo (comuns em estágios mais avançados da doença).

  • Acúmulo de gordura abdominal.




Alimentação inadequada e sedentarismo aceleram o problema


Outro fator que influencia no desenvolvimento da diabetes é a rotina alimentar. Consumir frequentemente comidas prontas, industrializadas e com pouca fibra faz o nível de açúcar no sangue subir e cair rapidamente ao longo do dia.


Somado a isso, passar muitas horas sentado reduz o gasto de energia e favorece o acúmulo de gordura na região abdominal. Esse tipo de gordura dificulta a ação da insulina e sobrecarrega o pâncreas, que precisa trabalhar mais para tentar manter a glicose em níveis adequados.


Foto colorida de dedo com sangue - Nutrólogo conta como o estresse influencia no diagnóstico de diabetes - Metrópoles
O Brasil já tem cerca de 20 milhões de pessoas com diabetes, segundo dados do IBGE

Prevenção da diabetes


Para prevenir a diabetes, é importante observar o corpo como um todo, com exames de rotina, avaliação do peso e da distribuição de gordura, além de atenção aos hábitos. Dormir melhor, diminuir o tempo em frente às telas, manter uma alimentação equilibrada e praticar atividade física com regularidade fazem parte desse cuidado.


“O desenvolvimento da diabetes está geralmente relacionado ao consumo excessivo de açúcar, mas a realidade é que a diabetes é uma condição complexa, influenciada também pela genética, pelo estilo de vida e pela história de saúde da pessoa”, afirma a endocrinologista Marcela Rassi, de Brasília.






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