Celina Leão critica Itamaraty: ‘briga ideológica acima da vida dos brasileiros’

 Vice-governadora do DF afirma que apoio a servidores em missão oficial só ocorreu após intervenção dela e acusa governo de ideologização

Vice Governadora Celina Leão em entrevista ao programa Gente Brasília, da Rádio BandNews FM. - Imagem: BandNews FM.

Em entrevista ao programa Gente Brasília, da Rádio BandNews FM, a vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão (PP), criticou a atuação do Itamaraty diante da situação enfrentada por servidores do GDF que estavam em missão oficial em Tel Aviv, Israel, durante a escalada do conflito com o Irã.

A vice-governadora acusou o governo federal de por ideologias acima da vida dos brasileiros.

“Você não pode ter uma briga ideológica ou política que esteja acima da vida dos brasileiros”, afirmou.

Segundo Celina, no momento da crise, não havia qualquer contato da diplomacia brasileira com a comitiva, e o apoio inicial foi prestado pelo governo israelense.

 “Até o momento em que tomei a liberdade de ligar para o ministro Múcio, o Itamaraty não tinha feito contato com nenhum dos nossos secretários que estavam lá.”, disse.

Celina relatou que a assistência aos representantes do governo local foi prestada, em um primeiro momento, pelo Ministério das Relações Exteriores de Israel. Em seguida, ela acionou o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, que passou a acompanhar a situação e ofereceu apoio da União.

“Eu tomei a liberdade de ligar para o ministro Múcio, que é uma pessoa de fino trato, uma pessoa que é sempre muito educado, muito solícito, muito gentil. Eu falei: ‘ministro, apesar das relações diplomáticas não estarem como nós gostaríamos que estivessem, eu acho que a vida dos brasileiros que estão lá tem que ter um auxílio, um cuidado.’ E o ministro imediatamente entrou em contato com a nossa comitiva, para começar a dar também esse amparo do governo federal”, informou.

Ao comentar a ausência de relações diplomáticas plenas com Israel, a vice-governadora ressaltou que o episódio demonstrou a importância de separar posicionamentos ideológicos da responsabilidade do Estado em proteger seus cidadãos.

Celina completou com criticas a condução da política externa brasileira com base em alinhamentos ideológicos

“Um país democrático sempre vai está, em algum momento, fazendo transição de governo. […] Vamos fechar relações diplomáticas com todo mundo que pensa diferente da gente? Isso é um absurdo. Eu acho que isso não é democracia”, conclui.

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