Novo líder estima que até 80% do PP vote com Lula em temas específicos

Atualmente, o PP conta com 49 deputados na bancada da Câmara. Dr. Luizinho calcula que PP vote com governo em “pautas de interesse do país

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Agência Câmara
Deputado federal Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ)

Recém empossado como líder do Partido Progressista, o deputado federal Dr Luizinho (PP-RJ), calcula que a sigla pode dar de 35 a 40 votos para o governo Lula na Câmara dos Deputados. Em porcentagem, o número representa 81% dos parlamentares, uma vez que o partido conta com 49 deputados.

Ao Metrópoles, Luizinho afirmou que projetos “de interesse do país” receberão até 40 votos favoráveis.

“Pautas de interesse do país como um todo, acho que a gente vai entregar em 35/40 votos. Se for uma pauta que fere o que a maioria do partido pensa, talvez nenhum [voto]. O partido, por exemplo, é contra a contribuição sindical obrigatória. Um projeto de contribuição sindical obrigatória, acredito que não vai ter nenhum voto [do partido]. Mas todas as outras pautas que são pautas para o governo e que vão auxiliar o governo a melhorar as condições do país, talvez a gente entregue até todos os votos. Então isso depende muito do que vai o que vai vir em cada um dos projetos”, disse.

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A entrada do PP no primeiro escalão marcou a integração do governo federal com o Centrão, a fim de garantir votos necessários para o Palácio do Planalto se consolidar no Congresso. Até o meio do ano, Lula não havia conseguido base fixa para aprovar projetos sem a intervenção do presidente da Câmara, Arthur Lira, também do PP.

Historicamente conhecidos por transitar de governos em governos, as siglas do Centrão representam uma parcela do Congresso que não se limita às ideologias políticas e buscam a defesa do próprio interesse, utilizando da troca de apoio por cargos. À época da gestão de Jair Bolsonaro, o partidos recém incluído na Esplanada de Lula também esteve presente.

Mas, mesmo com adesão ao Centrão, a tendência é que o governo continue precisando negociar pauta a pauta, liberando emendas e cargos, para garantir a passagem de sua agenda no Congresso.

Atualmente, o governo federal conta com uma base composta por sete partidos, contabilizando 128 apoios fieis na Câmara dos Deputados.

São eles:

Para aprovar um Projeto de Lei, por exemplo, é necessário ter maioria absoluta dos 513 votos da Câmara, ou seja, 257 votos. E, para passar uma emenda à Constituição (PEC), são necessários 308 votos. Se todos os deputados dos partidos com alguma ligação com o governo dessem seus votos, a base de Lula teria quase 400 deputados, mas, na realidade, não é bem isso que acontece.

Segundo o líder, apesar de se declarar independe, possui grande parte da bancada que quer estar do lado do governo federal e de Lula após a entrada de André Fufuca (PP) no Ministério dos Esportes.

“A entrada do ministro Fufuca, nosso antigo líder para o governo, mostra que a maioria da bancada do PP quer participar do governo. Apesar da entrada do Fufuca e da maioria querendo participar do governo, nós temos um critério de independência”, ressaltou.

“Temos um país que maciçamente, no nordeste, votou no presidente Lula. Um país que no sudeste voltou mais com o presidente Bolsonaro. Essa divisão também aconteceu no PP e aconteceu dentro da própria eleição”.

Novo líder

Luiz Antônio Teixeira, mais conhecido como Dr. Luizinho (RJ), foi escolhido como líder do PP na Câmara dos Deputados para assumir o lugar deixado por André Fufuca (MA), novo ministro dos Esportes. O partido de Ciro Nogueira bateu o martelo duas semanas atrás, na terça-feira (12/9) após negociações internas.

Luizinho foi exonerado do cargo de secretário de Estado de Saúde do Rio de Janeiro na segunda-feira (11/9) para retornar à Câmara.

O nome do deputado contou com articulação do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e recebeu a simpatia do presidente do PP, o piauiense Ciro Nogueira

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