Um jovem que foi candidato a deputado distrital pelo PTB em 2022 participou dos atos de vandalismo dos dias 12 de dezembro de 2022 e 8 de janeiro de 2023 no Distrito Federal. As constatações estão em informações inseridas em um relatório da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) compartilhado com a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) dos Atos Golpistas.
O homem em questão, de acordo com o documento, é João Victor Salas. Segundo o registro dele no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele é empresário e filiado ao PTB, partido pelo qual concorreu a uma cadeira na Câmara Legislativa (CLDF) no ano passado. Ele recebeu R$ 50 mil do partido, mas não chegou a ser eleito.
Segundo a Abin, João, além de participar dos atos de vandalismo, publicou vídeos nas redes sociais pedindo ajuda aos bolsonaristas que estavam no acampamento no Quartel-General do Exército em Brasília.
Nos posts, feitos entre os dias 10 e 12 de janeiro, Salas pedia apoio financeiro para que pudesse comprar passagens para que os integrantes do acampamento saíssem do DF e voltassem aos estados de origem.
No documento, a Abin ainda afirma que João divulgava “informações falsas sobre as eleições”.
O outro lado
Ao Metrópoles João Salas disse que não participou de nenhum “manifesto em 12 de dezembro, e no dia 8 de janeiro estava fazendo uma cobertura jornalística”.
Sobre a ajuda aos acampados do QG, João admite ter se envolvido na arrecadação de recursos. “Patriotas do Brasil inteiro contribuíram para compra de passagens para quem estava saindo da cadeia por questão humanitária, sem nenhum tipo de dinheiro público”, disse.
CPI
Nesta semana, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro pausa os trabalhos por duas semanas e volta após 31 de julho, com foco em rastrear os financiadores dos atos antidemocráticos e ouvir os ex-ministros Anderson Torres e da Agência Brasileira de Inteligência (Abin).
Durante as últimas sessões do colegiado, seis pessoas foram ouvidas pelos deputados e senadores da CPI. Entre elas, três ex-funcionários do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Com a volta das oitivas, o ex-diretor-adjunto da Abin Saulo Moura da Cunha, exonerado pelo presidente Lula em junho, deve entrar na mira dos convocados.
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