Evangélico, o ex-parlamentar sempre afirmou ser inocente. Agora, um novo capítulo revela que o suplente de Xavier estaria por trás da trama
Durante muitos anos o ex-deputado distrital Carlos Pereira Xavier sofreu em silêncio diante da grave acusação de ter sido o mandante do assassinato de um adolescente de 16 anos em 2004 no Recanto das Emas.
Naquele ano, Xavier vivia bem, estava feliz e se preparava para disputar mais um mandato de distrital. Estava separado da ex-mulher e inclusive namorava uma jovem que conhecera naquele ano. Tudo ia bem até que um fato mudou radicalmente sua vida.
Em 2004, o assassinato de um adolescente, numa parada de ônibus na pista de acesso ao Recanto das Emas, mudou a vida da família da vítima e de Xavier. A Polícia Civil do Distrito Federal entrou imediatamente em cena, e logo se chegou aos autores, que apontaram Xavier como mandante do crime.
Em 2015, Xavier foi condenado a 15 anos de prisão, acusado de mandar matar o adolescente em 2004.
Mas recentemente o ex-deputado Carlos Pereira Xavier, 62 anos, teve a sentença de 15 anos de prisão anulada após surgir um novo depoimento sobre o caso. Ele foi solto após o Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT) atender a um pedido feito pela defesa de Xavier para a revisão criminal.
Os novos elementos essenciais para a anulação da sentença são: um relatório policial e um depoimento bombástico do policial civil Adamastor Castro e Lino de Andrade Júnior. Adamastor atuou na investigação do caso enquanto estava lotado na antiga Corvida, hoje Delegacia de Homicídios. Segundo as falas do agente anexadas ao processo, houve “contaminação política” no caso.
Com isso, o depoimento bombástico anulou o júri, Xavier foi solto e se prepara para voltar à política em 2026. Irmão do presidente da ADEB (Assembleia de Deus de Brasília), pastor Orcival Xavier, o ex-distrital está livre e otimista com a reviravolta.
“Só Deus sabe o que passei, as humilhações que enfrentei, as lágrimas que derramei e as orações que fiz e agora a justiça começa a ser feita porque a verdade finalmente apareceu”, afirmou Xavier com lágrimas nos olhos.
Adamastor afirmou que um dos autores teve o indiciamento alterado de latrocínio para homicídio. Para o policial, isso aconteceu “em decorrência de questões políticas e econômicas”, porque, à época, o então suplente de Xavier, Wilson Lima, estaria interessado na cassação de Xavier para poder assumir o cargo.
Com a mudança de latrocínio para homicídio, o delegado Mário Gomes assumiu o caso. Gomes e Wilson Lima seriam amigos e vizinhos, e a esposa do agente policial havia sido nomeada no gabinete de Lima depois que ele assumiu a cadeira de deputado.
Essa reviravolta no caso de Xavier poderá render muitos capítulos. É preparar a pipoca!
Donnysilva
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