Deputado questiona dados expostos pelo presidente em encontro com magnata da Microsoft
O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) acusou o presidente Lula (PT) de mentir descaradamente sobre a fome no Brasil, durante o encontro do petista com o magnata da Microsoft, Bill Gates, na semana passada. No vídeo divulgado hoje (30) pelo parlamentar mineiro, Lula diz ter “acabado com a fome”, em 2014, e ter retirado 24,5 milhões de brasileiros da fome, em apenas 8 meses de seu governo, em 2023.
Ao prometer para Bill Gates que acabaria com a fome até 2026, Lula citou que assumiu seu terceiro mandato com 33 milhões de brasileiros com fome, em 2023. Os dados foram do 2º Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, divulgado em junho de 2022 pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional (Pessan).
“Nós conseguimos acabar com a fome em 2014, e depois que eu voltei à presidência, agora em 2023, nós encontramos 33 milhões de pessoas com fome outra vez. Já tiramos 24,5 milhões de pessoas [da fome]. E, até 2026, eu quero outra vez apresentar ao mundo o Brasil sem fome”, declarou Lula.
A Rede Pessan coletou informações entre novembro de 2021 e abril de 2022, para concluir que mais de 33,1 milhões de brasileiros tinham insegurança alimentar grave, fome, naquele período da pandemia de covid-19, no governo de Jair Bolsonaro (PL). Além da condição de fome, outros 65,5 milhões tinha insegurança alimentar moderada ou severa, e 125,2 milhões de brasileiros tinham algum nível de insegurança alimentar.
Dados conflitantes
No vídeo, Lula cita que o Brasil saiu do chamado “Mapa da Fome”, durante seu segundo mandato, em 2014, conforme dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), que reincluiu o país neste mapa, em 2019.
Os dados são controversos e variam de acordo com a metodologia de cada pesquisa. Para a FAO, por exemplo, a insegurança alimentar grave, fome de fato atingia 9,9% da população, 21,1 milhões de brasileiros, de 2020 a 2022. Enquanto que de 2021 a 2023, afetou 6,6% dos brasileiros, 14,3 milhões.
Diário do Poder
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