“Tem de ser uma pauta central”, diz Fábio Felix sobre direitos LGBT

Fábio Felix preside a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF)

 atualizado 

Compartilhar notícia

Breno Esaki/ Metrópoles
Com bandeira LGBTQIA+ Fábio Félix, deputado mais votado da história do DF, é diplomado deputado distrital.

O deputado distrital Fábio Felix (PSol) afirmou haver um setor da esquerda que coloca a pauta LGBTQIA+ “em um lugar secundário”.

“Tem gente que usa um termo que é ‘pauta de costumes’. Defender os direitos da população LGBT, defender a democracia não é costume, é minha dignidade, é minha vida, meu direito ao casamento e à adoção. É o direito de não sofrer violência, de não apanhar na rua. Então, essa pauta tem de ser uma pauta central”, disse o parlamentar, em entrevista ao Metrópoles, nesta quarta-feira (22/5).

Na entrevista, o parlamentar comentou sobre os eventos relacionados ao Mês do Orgulho LGBTQIA+, celebrado em junho, e às dificuldades para colocar em votação temas relacionados ao reconhecimento dos direitos dessa comunidade.

Felix ainda abordou o trabalho da Comissão de Direitos Humanos da Câmara Legislativa (CLDF), que preside há seis anos, e afirmou que o colegiado recebeu mais de 1,1 mil denúncias entre janeiro e maio de 2024 – a maioria delas sobre o sistema prisional.

“São denúncias diversas, mas o sistema prisional é tão fechado, que a população tem dificuldade de fazer o controle social e democrático da efetividade dessa política pública, que tem o objetivo de responsabilizar [a população por crimes]”, avaliou o parlamentar.

O deputado também comentou a polêmica que envolveu a declaração de um ativista petista durante audiência pública na CLDF convocada por Felix para debater o sistema prisional. Na ocasião, Rodrigo Cademartori, conhecido como Rodrigo Pilha, afirmou que a juíza da Vara de Execuções Penais (VEP), Leila Cury, é “torturadora” e “criminosa”. A declaração provocou forte reação negativa de representantes dos poderes Legislativo e Judiciário.

Na entrevista, Felix respondeu que a sessão teve quase três horas de duração e que o comentário foi “um caso isolado”. “Fico preocupado de ofuscarmos a fala daquelas famílias vulneráveis, tão sofridas, porque estão em situação de vulnerabilidade nas periferias do Distrito Federal. [Parentes de presos] que se deslocaram [até a audiência pública] para falar sobre um tema tão importante, e ofuscaram essas falas por um caso isolado. […] Precisamos dar encaminhamento, consequência àqueles problemas que são estruturais”, declarou.

Assista à entrevista completa:

Felix é assistente social, servidor do sistema socioeducativo do Distrito Federal e faz doutorado em ciência política na Universidade de Brasília (UnB).

O político foi eleito deputado distrital pela primeira vez em 2018 e reeleito em 2022, quando alcançou 51.792 votos, a maior quantidade para um parlamentar na história das eleições para a Câmara Legislativa (CLDF).

Postar um comentário

0 Comentários